Visão Geral do Projeto

A intrincada rede de interações entre os beija-flores e as flores das quais eles se alimentam evoluiu ao longo de milênios como resultado do processo de coevolução, o que resultou em uma notável variedade de formas morfológicas e funções. As ações humanas, como o desmatamento e as mudanças climáticas, ameaçam essas redes de interações, e pouco se sabe em relação à maneira pela qual os beija-flores e suas plantas fonte de alimentos irão responder a esse cenário. Tal limitação deriva do fato de que as interações são influenciadas por processos que atuam em uma gama de escalas  espaciais e temporais – desde interações locais que ocorrem em um tempo e lugar específicos até a evolução das formas de vida ao longo dos milênios.

Nosso Escopo

Esse projeto visa estudar as interações entre os beija-flores e as plantas em gradientes de altitude em três regiões biogeográficas distintas: as montanhas da América Central (Costa Rica), a cordilheira dos Andes (Equador) e a Floresta Atlântica (Brasil). Ao combinar grandes amostragens, novas abordagens conceituais e métodos estatísticos rigorosos nessas três regiões com histórias evolutivas distintas, estamos preenchendo a lacuna existente entre as interações locais e os processos evolutivos e biogeográficos. Além disso, estamos desenvolvendo um quadro preditivo das interações das espécies necessárias para conservar a diversidade biológica e os serviços ecossistêmicos em face dessas mudanças ambientais. Essa integração permitirá obter uma compreensão profunda de alguns dos fatores que influenciam as interações e estimulará uma nova ecologia preditiva das interações entre as espécies. Assim, os estudos realizados nesse projeto fornecerão informações valiosas para a conservação de interações tropicais únicas e dos serviços ecossistêmicos.

O projeto é liderado pela Prof.ª Drª Catherine Graham, do Instituto Federal de Pesquisa da Suíça (WSL) em colaboração com a Msª. Tatiana Santander da Aves y Conservacion no Equador, a Prof.ª Drª Isabela Galarda Varassin da Universidade Federal do Paraná no Brasil, a Prof.ª Drª Maria Alejandra Maglianesi da Universidad Estatal a Distancia, Costa Rica e o Dr. Ben Weinstein da Universidade da Florida, Gainesville. Além disso, a equipe inclui proprietários de terras locais, técnicos, estudantes de graduação e organizações não governamentais, bem como estudantes de mestrado e de doutorado da Suíça e do Brasil, pesquisadores de pós-doutorado e uma rede de colaboradores internacionais, totalizando cerca de 40 pessoas. O financiamento preliminar foi fornecido pela National Geographic (contrato de concessão 9952-16). A principal coleta de dados foi financiada pela Swiss National Science Foundation (nº 173342) com apoio adicional da Comissão Europeia de Pesquisa da UE (ERC) no âmbito do programa de pesquisa e inovação Horizon 2020 da União Europeia (contrato de concessão nº 787638).